Fiquei espantando ontem
quando li na revista Veja seção internacional, página 66, edição de 4 de
fevereiro de 2015, a notícia do encaminhamento que a presidente Michele
Bachelet está dando à educação do Chile.
A “ilha” bem sucedida
da América Latina está, também, se encaminhando para o estilo chavista.
A presidente dá
andamento no Chile a uma reforma no ensino que é de estarrecer.
A reportagem da revista
Veja acima mencionada nos da conta de lamentáveis alterações que promove
Bachelet no Chile.
Na verdade ela aprovou
uma reforma na educação que nivela os alunos por baixo, e vai sepultar o
sistema educacional mais bem-sucedido da região (América Latina).
Segundo a reportagem,
as razões que movem a presidente são ideológicas. Apesar de ter sido eleita com voto de apenas
um em cada quatro chilenos, ela tem se sentido plenamente desimpedida para
empurrar suas politicas socialistas a todos.
Sob o ideal da defesa
de igualdade oportunidades, Bachelet atacou o lucro nas escolas e pôs contra a
parede aquelas que se beneficiavam da contribuição do governo. “O lucro foi
demonizado como se fosse ilegítimo e abusivo, e não como algo que ajudasse a
classe média a dar uma educação melhor aos filhos”. Posição essa afirmada pelo
cientista político Jorge Jaraquemada, diretor da Fundação Jaime Guzmán.
E ressalte-se que o
modelo até então empregado no Chile resultava em um dos maiores níveis de
desempenho mostrado pelas boas notas dos chilenos no exame Pisa. Eles estão sete posições acima dos
brasileiros e oito à frente dos argentinos. Entretanto, com a política agora
adotada não deverá restar nada até 2017 dos bons resultados em educação que era
uma marca do Chile.
Restarão aos chilenos
duas opções: as escolas totalmente públicas ou as totalmente privadas, que hoje
atendem 8% dos alunos. Ora para os pais que mantinham filhos estudando em boas
escolas será uma tragédia.
Em síntese, o projeto
de Bachelet tira totalmente a responsabilidade dos pais.
“Para os socialistas,
não há ninguém mais indicado para dizer o que é melhor para os filhos dos
outros que o Estado, um ente com dinheiro de sobra e princípios éticos
incontestáveis”.
Infelizmente, a
investida ideológica não se limita à educação. Em menos de um ano de poder,
Bachelet concluiu três das quatro principais reformas que prometeu em campanha.
A tributária deve
elevar impostos para empresas e, assim, espantar investidores.
A eleitoral incluiu malandragens
típicas do chavismo como dar
a distritos com mesmo total de habitantes um número de representantes
diferente, dependendo da sua inclinação ideológica histórica.
A reforma trabalhista,
cuja aprovação é esperada para setembro, prevê fortalecer os sindicatos e
endurecer as regras trabalhistas.
Infelizmente mais um
país na América do Sul mostra simpatia e atitudes de que está entrando no time
da Venezuela onde nós estamos, também, segundo se percebe por alguns indícios de
posições adotadas pelo nosso governo.
Infelizmente, é de ficarmos
tristes.
Afastamo-nos cada vez
mais de países e blocos que mostram vitalidade econômica e social em ascensão.
Lamentável, mais e isso
aí.
Porto Alegre, 2 de
fevereiro de 2015.
José
Luiz Amaral Machado – Economista