segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Um retrocesso na América Latina é lastimável e estarrecedor!


Fiquei espantando ontem quando li na revista Veja seção internacional, página 66, edição de 4 de fevereiro de 2015, a notícia do encaminhamento que a presidente Michele Bachelet está dando à educação do Chile.

A “ilha” bem sucedida da América Latina está, também, se encaminhando para o estilo chavista.
A presidente dá andamento no Chile a uma reforma no ensino que é de estarrecer.

A reportagem da revista Veja acima mencionada nos da conta de lamentáveis alterações que promove Bachelet no Chile.

Na verdade ela aprovou uma reforma na educação que nivela os alunos por baixo, e vai sepultar o sistema educacional mais bem-sucedido da região (América Latina).

Segundo a reportagem, as razões que movem a presidente são ideológicas.  Apesar de ter sido eleita com voto de apenas um em cada quatro chilenos, ela tem se sentido plenamente desimpedida para empurrar suas politicas socialistas a todos.

Sob o ideal da defesa de igualdade oportunidades, Bachelet atacou o lucro nas escolas e pôs contra a parede aquelas que se beneficiavam da contribuição do governo. “O lucro foi demonizado como se fosse ilegítimo e abusivo, e não como algo que ajudasse a classe média a dar uma educação melhor aos filhos”. Posição essa afirmada pelo cientista político Jorge Jaraquemada, diretor da Fundação Jaime Guzmán.

E ressalte-se que o modelo até então empregado no Chile resultava em um dos maiores níveis de desempenho mostrado pelas boas notas dos chilenos no exame Pisa.  Eles estão sete posições acima dos brasileiros e oito à frente dos argentinos. Entretanto, com a política agora adotada não deverá restar nada até 2017 dos bons resultados em educação que era uma marca do Chile.

Restarão aos chilenos duas opções: as escolas totalmente públicas ou as totalmente privadas, que hoje atendem 8% dos alunos. Ora para os pais que mantinham filhos estudando em boas escolas será uma tragédia.

Em síntese, o projeto de Bachelet tira totalmente a responsabilidade dos pais.

“Para os socialistas, não há ninguém mais indicado para dizer o que é melhor para os filhos dos outros que o Estado, um ente com dinheiro de sobra e princípios éticos incontestáveis”.

Infelizmente, a investida ideológica não se limita à educação. Em menos de um ano de poder, Bachelet concluiu três das quatro principais reformas que prometeu em campanha.

A tributária deve elevar impostos para empresas e, assim, espantar investidores.

A eleitoral incluiu malandragens típicas do chavismo como dar a distritos com mesmo total de habitantes um número de representantes diferente, dependendo da sua inclinação ideológica histórica.

A reforma trabalhista, cuja aprovação é esperada para setembro, prevê fortalecer os sindicatos e endurecer as regras trabalhistas.

Infelizmente mais um país na América do Sul mostra simpatia e atitudes de que está entrando no time da Venezuela onde nós estamos, também, segundo se percebe por alguns indícios de posições adotadas pelo nosso governo.

Infelizmente, é de ficarmos tristes.

Afastamo-nos cada vez mais de países e blocos que mostram vitalidade econômica e social em ascensão.

Lamentável, mais e isso aí.

Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2015.
José Luiz Amaral Machado – Economista