Levando
em consideração a situação favorável da economia mundial que assistimos nos
últimos anos. E acompanhando o que vem
ocorrendo nos últimos tempos inclusive aqui no Brasil, nos levou a fazer reflexão
sobre nosso potencial em termos de empreendedorismo.
De
certa forma tem nos preocupado os últimos acontecimentos em nossa economia o
que sem dúvida pode afetar o ambiente empreendedor e a atração de investidores.
Para
ilustrar o nosso potencial empreendedor estivemos pesquisando e detectamos algumas
informações que são interessantes.
I
– Nos últimos anos quando assistimos bons ventos no sistema econômico mundial
verificamos sinais indicadores muito interessantes. Entre eles está o estudo
“Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil” (outubro de 2011), feito pelo
Sebrae, o qual indica que de cada 100 micro e pequenas empresas (MPEs) abertas
no Brasil, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência.
Esses dois primeiros anos são os anos mais críticos para uma empresa. A
pesquisa do Sebrae sobre a sobrevivência de 73,1% das micro e pequenas empresas
se refere àquelas que nasceram em 2006 e estão há pelo menos dois anos
completos em atividade, já que as que abriram as portas em 2005 tinham 71,9% de
sobrevivência.
A
pesquisa aponta, ainda, que as indústrias são as que mais obtêm sucesso. De
cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em
seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil
(66,2%).
Em
comparação com outros países a pesquisa mostra que o desempenho nacional em
termos de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras é superior ao
de nações como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%), conforme dados da
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
II
– O quadro identificado na pesquisa que mencionamos acima indica o forte
potencial empreendedor no Brasil.
III
– Veja, por exemplo, o que conseguimos identificar quando visitamos os sítios das
juntas comerciais do Paraná e do Rio Grande do Sul, dois estados no que se aproximam
em termos de perfil socioeconômico. No primeiro semestre de 2013 no Paraná
foram criados 27.124 novos empreendimentos contra 25.427 em igual período de
2012 significando um crescimento de 6,67%.
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul no primeiro semestre de 2013 foram
criados 50.318 novos empreendimentos enquanto em igual período de 2012 foram
criados 46.499 novos empreendimentos significando um crescimento de 8,21%.
IV
– Isso mostra que em havendo um ambiente favorável, mais estável e com regras
sem grandes alterações os empreendedores aparecem e entram no jogo.
V
– Quando esse fato acontece o efeito sob o ponto de vista econômico e social é
extremamente positivo, pois é sabido que os pequenos negócios são os que mais
empregam, portanto, geram renda.
Acompanhando isso, ocorre um movimento que é muito saudável com a
vitalidade de novos empreendimentos inicia-se um ciclo de repercussão positiva
nas comunidades, pois cada negócio gera outros.
Pelo lado do governo devemos lembrar que mais negócios significa mais
arrecadação aumentando a condição pecuniária de retornar à sociedade com mais serviços. E assim por diante.
Entretanto,
para esse ciclo virtuoso continuar é necessário um ambiente econômico sem tanta
turbulência como estamos vivendo atualmente.
Quando
assistimos turbulências no ambiente econômico esse naturalmente traz consigo certa
insegurança aos empreendedores e, dessa forma, retardam o efeito que tanto
desejamos em nosso País. Ou seja, um
ambiente que seja gerador de novos negócios, novas oportunidades de postos de
trabalho, de geração de riquezas e consequentemente se fortalecendo o sistema
de arrecadação do Estado.
VI
– Mas que o empreendedor brasileiro responde isso é verdade, basta atentar para
as informações iniciais deste texto a pesquisa do Sebrae e as informações estatísticas
que mostram as Juntas Comerciais dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
VII
– Nossa esperança é que nosso governo perceba essa situação e adote ações em
gestão no sentido enfrentar e contornar o mais rápido possível essa turbulência
que estamos assistindo.
Porto
Alegre, 30 de agosto de 2013.
Econ. José Luiz Amaral
Machado – Diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria, de Porto Alegre (RS).