sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A complexa relação entre a empresa e o consultor.

Hoje vou efetuar uma reflexão baseada na minha experiência de alguns anos como consultor empresarial normalmente convivendo com Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

Sinceramente tenho acompanhado e assistido muitos fatos e histórias ao longo de anos de atuação profissional e ate hoje fico sem entender o comportamento de alguns gestores.

Inicialmente cabe destacar que um grande universo de organizações sofre de carência de recursos para tocar a gestão dos seus negócios.

Tenho constantemente assistido a relutância do empresário de maneira geral em reconhecer que tem deficiência de recursos humanos e conhecimento profissional para tocar sua empresa.

Na maioria das vezes o empresário prefere não relevar esse assunto e continua tocando seu negócio ao estilo “vamos tocar com o material que temos”.

Outras vezes, tenho também assistido a divisão de dedicação que alguns empresários empregam em sua gestão, isto é, além de gestores da empresa eles têm outras atividades o que propõe a ele o desafio de se desdobrar em dois ou às vezes até mais pessoas.  Só que ele muitas vezes minimiza a consequência desse fato na vida e consequentemente na saúde da empresa.

Em função disso e, também, em consequência do enorme desafio a que as empresas estão hoje submetidas em muitas ocasiões tanto a organização quanto o gestor recorrem ao auxilio de consultorias.

Quando chega a consultoria na empresa e inicia o processo de implantação de um plano de melhoria com propósito de elevar o padrão e os cuidados com a gestão da mesma, traz consigo uma exigência maior tanto por parte do empresário quanto da equipe interna, tenho assistido a dificulade em levar adiante alguns projetos de melhorias e desenvolvimento.

Isso tem se dado em função de que essa exigência maior coloca em cheque o estilo que muitos empresários adotam, isto é, a dedicação “parcial” à empresa ou simplemente a dificulade de aceitar outros paradigmas, portanto, com difícil possibilidade de adquação ao nivel real de exigência que a empresa necessita.

Outro aspecto relavante nessa relação é que em um bom número de casos as empresas costumam caracterizar o investimento com a consultoria muito elevado e, por isso, em alguns casos acabam inclusive abrindo mão desse apoio profissional.

Mesmo que esse reforço de melhorias e evolução da gestão seja sempre evidenciado com os resultados que o mesmo proporciona, além de preparar a organização para o ambiente atual de negócios em que a competicação é extremamente forte exigindo a elevação do profissionalismo alguns empresários têm tendência de não considerarem esse aspecto.

Preferem ter a visão do curto prazo esquecendo que uma empresa jamais terá sucesso se não trabalhar com uma visão de médio e longo prazo.

Se não adotar essa postura, sem dúvida, o tempo cobrará o preço da falta de preparação e adequação da empresa para fazer frente ao rigoroso ambiente empresarial competitivo de hoje.

Esquecem ainda, alguns empresários que uma organização bem preparada, com uma boa gestão corporativa representa sempre “uma oportunidade de atração de investidores nacionais ou estrangeiros”, portanto, deixando passar belas oportunidades de negócios, preferem assim se concentrarem no curto parazo e em um ambiente que não gere desafios e exigências além de seu comodismo.

Porto Alegre, 24 de fevereiro de 2012.

Econ. José Luiz Amaral Machado

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