Sim, continuamos sem muita
atividade textual. Em alguns momentos, chegamos a nos sentir até meio tontos ao
observar o que vem acontecendo em nosso Brasil.
Temos, é verdade, nos
espantado com os últimos acontecimentos em nosso país.
Confessamos que, como
empresários, ficamos extremamente preocupados.
Pelo andar da carruagem,
não sabemos se teremos, pelo menos, em um tempo médio, um cenário mais tranquilo
e positivo para nossos negócios.
São tantos os
acontecimentos no mínimo assustadores que, ao acompanhá-los, acabamos muitas
vezes em conflito conosco mesmos sobre a possibilidade de alcançar ou mantermos
empreendimentos maduros, saudáveis e com perspectivas de desenvolvimento.
Vamos tentar lembrar
alguns desses fatos:
- Inflação continua
resistente.
- O governo apresenta
fortes indícios de dificuldade em melhorar a gestão de gastos.
- A elevação dos juros
como fator desestimulante do consumo retorna ao cenário nacional; chegou agora,
na última posição adotada pelo BC, a 10,75% a.a.
- Crescimento do PIB em
2013 aquém do que necessitamos.
- Observação de
significativo endividamento das famílias.
- Possibilidade de
observar, como consequência dos pontos acima, uma retração no consumo.
- Nossas empresas,
considerando os pontos acima e mais a carga tributária e a ausência de
estímulos, enfrentam dificuldades para investir em busca de aumento da
produtividade.
-- Com isso, assistimos
preocupados à ausência de condições objetivas para que nossas empresas ganhem
competitividade.
Infelizmente, mesmo que o
Brasil mostre, entre seus jovens, um enorme potencial empreendedor, o país não
está propiciando um ambiente para que o setor produtivo se expanda no nível que
nossa sociedade merece, o que é lamentável, pois é somente desse setor que
realmente conseguimos transferir benefícios reais para a sociedade e para a
nação.
Continuamos assistindo à
ênfase em programas assistências, sem necessidade de mostrar reação das camadas
sociais beneficiadas, até porque nós (país) não estamos proporcionando tais
condições.
É vergonhoso (gastos
significativos e legados questionáveis) nosso desempenho em obras para o
“evento Copa”, que, segundo alguns, seria a salvação da pátria.
Assistimos contrariados à
ausência de investimentos em infraestrutura, por exemplo, estradas em rápida
defasagem com relação à necessidade real da sociedade. Em saúde, então, nem se
fala: mesmo com o apoio de planos privados, a sociedade não vem conseguindo ter
suas necessidades atendidas por falta ou insuficiência de estrutura.
Assistimos à entusiástica
participação de nosso governo em inaugurações de obras apoiadas financeiramente
pelo nosso Banco de Desenvolvimento em Cuba, enquanto o Brasil necessita tanto de
investimentos internos.
Infelizmente, o modelo
baseado em consumo, pelas evidências mencionadas, chegou ao ponto de
esgotamento.
E, pior, não estamos vendo
objetivamente ações para alterarmos esse quadro. Ao contrário, estamos todos
envolvidos 100% em assistir à vergonha que nos proporcionou ao STF em
julgamento da última semana com relação aos mensaleiros.
Mas, agora, é carnaval,
nosso povo está feliz.
Logo após, festejaremos a
Páscoa – bom feriado.
Em seguida, estaremos
envolvidos com o futebol da Copa, acompanharemos (os que puderem pagar pelos
caríssimos ingressos) o maior espetáculo do brasileiro, “o futebol da seleção”.
Então, seremos forçados a
assistir aos discursos políticos, normalmente uma troca de acusações e nada de
projetos para o país.
E assim, estamos
assistindo ao dia a dia no nosso Brasil.
Lamentável.
Ouvimos alguns comentários
que destacam que tanto a Europa como os Estados Unidos também estão com sérios
problemas. Sim, concordo.
Entretanto, devemos
lembrar que, lá, em ambos os continentes, dois fatores básicos e primários, que
não temos, os quais sinceramente acho um enorme agravante para o Brasil.
Tanto os países da
comunidade europeia como os Estados Unidos dispõem de “educação, cultura e
infraestrutura”.
E nós?
Sinceramente, nos vejo em
um preocupante quadro.
Mas sejamos pacientes e
nos esforcemos para manter o otimismo e a vontade natural de lutar e sermos
criativos, como é natural do “empreendedor”. Embora a Receita Federal venha
constantemente, nesse quadro, comemorando os recordes de arrecadação!
Vamos continuar, mesmo a
despeito dessa agitada maré, a tocar nossos negócios; sem, entretanto, deixar
sempre de nos envolver em ações que busquem alteração desse lamentável quadro,
o qual testemunhamos em nosso Brasil.
Porto Alegre, março de 2014.
José
Luiz Amaral Machado
Economista
– Porto Alegre (RS).
machado@gerencialconsultoria.com.br
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