sexta-feira, 7 de março de 2014

Refletindo o cenário atual do Brasil e as repercussões nas empresas e sociedade.


Sim, continuamos sem muita atividade textual. Em alguns momentos, chegamos a nos sentir até meio tontos ao observar o que vem acontecendo em nosso Brasil.

Temos, é verdade, nos espantado com os últimos acontecimentos em nosso país.

Confessamos que, como empresários, ficamos extremamente preocupados.
Pelo andar da carruagem, não sabemos se teremos, pelo menos, em um tempo médio, um cenário mais tranquilo e positivo para nossos negócios.

São tantos os acontecimentos no mínimo assustadores que, ao acompanhá-los, acabamos muitas vezes em conflito conosco mesmos sobre a possibilidade de alcançar ou mantermos empreendimentos maduros, saudáveis e com perspectivas de desenvolvimento.

Vamos tentar lembrar alguns desses fatos:

- Inflação continua resistente.

- O governo apresenta fortes indícios de dificuldade em melhorar a gestão de gastos.

- A elevação dos juros como fator desestimulante do consumo retorna ao cenário nacional; chegou agora, na última posição adotada pelo BC, a 10,75% a.a.

- Crescimento do PIB em 2013 aquém do que necessitamos.

- Observação de significativo endividamento das famílias.

- Possibilidade de observar, como consequência dos pontos acima, uma retração no consumo.

- Nossas empresas, considerando os pontos acima e mais a carga tributária e a ausência de estímulos, enfrentam dificuldades para investir em busca de aumento da produtividade.

-- Com isso, assistimos preocupados à ausência de condições objetivas para que nossas empresas ganhem competitividade.

Infelizmente, mesmo que o Brasil mostre, entre seus jovens, um enorme potencial empreendedor, o país não está propiciando um ambiente para que o setor produtivo se expanda no nível que nossa sociedade merece, o que é lamentável, pois é somente desse setor que realmente conseguimos transferir benefícios reais para a sociedade e para a nação.

Continuamos assistindo à ênfase em programas assistências, sem necessidade de mostrar reação das camadas sociais beneficiadas, até porque nós (país) não estamos proporcionando tais condições.

É vergonhoso (gastos significativos e legados questionáveis) nosso desempenho em obras para o “evento Copa”, que, segundo alguns, seria a salvação da pátria.

Assistimos contrariados à ausência de investimentos em infraestrutura, por exemplo, estradas em rápida defasagem com relação à necessidade real da sociedade. Em saúde, então, nem se fala: mesmo com o apoio de planos privados, a sociedade não vem conseguindo ter suas necessidades atendidas por falta ou insuficiência de estrutura.

Assistimos à entusiástica participação de nosso governo em inaugurações de obras apoiadas financeiramente pelo nosso Banco de Desenvolvimento em Cuba, enquanto o Brasil necessita tanto de investimentos internos.

Infelizmente, o modelo baseado em consumo, pelas evidências mencionadas, chegou ao ponto de esgotamento.

E, pior, não estamos vendo objetivamente ações para alterarmos esse quadro. Ao contrário, estamos todos envolvidos 100% em assistir à vergonha que nos proporcionou ao STF em julgamento da última semana com relação aos mensaleiros.

Mas, agora, é carnaval, nosso povo está feliz.

Logo após, festejaremos a Páscoa – bom feriado.

Em seguida, estaremos envolvidos com o futebol da Copa, acompanharemos (os que puderem pagar pelos caríssimos ingressos) o maior espetáculo do brasileiro, “o futebol da seleção”.

Então, seremos forçados a assistir aos discursos políticos, normalmente uma troca de acusações e nada de projetos para o país.

E assim, estamos assistindo ao dia a dia no nosso Brasil.

Lamentável.

Ouvimos alguns comentários que destacam que tanto a Europa como os Estados Unidos também estão com sérios problemas. Sim, concordo.

Entretanto, devemos lembrar que, lá, em ambos os continentes, dois fatores básicos e primários, que não temos, os quais sinceramente acho um enorme agravante para o Brasil.

Tanto os países da comunidade europeia como os Estados Unidos dispõem de “educação, cultura e infraestrutura”.

E nós?

Sinceramente, nos vejo em um preocupante quadro.

Mas sejamos pacientes e nos esforcemos para manter o otimismo e a vontade natural de lutar e sermos criativos, como é natural do “empreendedor”. Embora a Receita Federal venha constantemente, nesse quadro, comemorando os recordes de arrecadação!

Vamos continuar, mesmo a despeito dessa agitada maré, a tocar nossos negócios; sem, entretanto, deixar sempre de nos envolver em ações que busquem alteração desse lamentável quadro, o qual testemunhamos em nosso Brasil.

Porto Alegre, março de 2014.
José Luiz Amaral Machado
Economista – Porto Alegre (RS).

machado@gerencialconsultoria.com.br

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