terça-feira, 10 de setembro de 2013

O empreendedor e o oportunista.


Hoje vamos desenvolver uma reflexão sobre perfis de empreendedores.

Com a experiência e a vivência como consultores de empresas no segmento das pequenas e médias empresas foi possível ir identificando tipos (perfis) de empreendedores.

E esse aspecto é bastante interessante, pois na verdade encontramos diversos tipos, com características próprias.

Nesse momento vamos hoje fazer um comentário sobre dois tipos especificamente, ou seja, “o empreendedor com a visão de futuro e evolução do negócio” e, “o investidor a quem temos identificado como oportunista”.

O que é um e o que é o outro?  Ou quais são as características que os distinguem?  A essa altura provavelmente já causamos no leitor curiosidade ou uma provocação para ver onde queremos chegar.

Como já dissemos essas observações são resultados de nossa vivência profissional.

Isso dito, vamos comentar os tipos indicados acima.

Quem é o empreendedor com a visão de futuro e evolução do negócio?

Classificamos assim o empreendedor que uma vez envolvido com seu projeto empresarial coloca em primeiro plano o desenvolvimento saudável do mesmo.  Ou seja, promove todo o empenho para que a empresa evolua construindo as melhores condições de competitividade, saúde econômico-financeira, a melhor forma de captação e manutenção do capital humano.

É claro que somado a isso, o empresário procura sempre manter a empresa e seus produtos em um nível de tecnologia e atualidade visando o melhor atendimento de seu mercado consumidor.  Com isso a empresa ganha participação, reconhecimento e tradição com retorno natural do investimento.

Naturalmente que um empreendimento com esse nível de dedicação e atenção tende sim a se firmar e evoluir com um enorme poder de competitividade além de alcançar um patamar que pode provocar a atenção de outros investidores tanto nacionais como internacionais.

Nesse perfil está incluso a cultura da boa gestão, a disciplina orçamentária, a análise econômica de custos e formação de preços, de pesquisa, de atenção e desenvolvimento do marketing além de manter constante networking com os segmentos relacionados.

Com isso, temos assistido o desenvolvimento de muitas empresas às quais não só apresentam adequadas condições de remuneração dos investimentos como são constantemente assediadas por oportunidades de investidores não sócios.

Já o empreendedor ou investidor a quem temos identificado como “oportunista”, é aquele que se aproxima ou entra diretamente no quadro societário de uma empresa com o objetivo claro e “e com a visão de curto prazo” embora não declare abertamente isso, qual seja:

“Aproveitar o bom potencial da organização e seus negócios e/ou segmento específico e, para esse tipo de investidor/empreendedor o interesse maior é a rápida identificação da oportunidade de venda da empresa, mesmo sem ter aplicado qualquer plano de crescimento e desenvolvimento da mesma..  Com isso busca o rápido ganho de seu investimento inicial que pode até ter sido feito, mas em alguns casos se utiliza de subterfúgios sem colocar mesmo a mão no bolso para objetivar o investimento direto na empresa”.
Ou seja, classificamos esse perfil como “oportunista”.
Utiliza todo o ferramental da gestão para “maquiar” ou nivelar da melhor forma a imagem e a posição da empresa para que no mais rápido tempo possível possa realizar o que ele considera prioritário “uma rápida oportunidade de algum ganho com a venda da empresa” sem considerar ou se comprometer com a continuidade ou o desenvolvimento sólido da empresa.

A partir dai, estão identificadas as características da gestão de cada um dos tipos acima mencionados.

O primeiro, “o empreendedor”, efetivamente comprometido com o desenvolvimento e a melhor participação da empresa no mercado gerando com isso belas oportunidades de rendimento do investimento tanto para ele como para os possíveis investidores e consequentemente para a sociedade e, o outro “o oportunista”, se emprenha ferrenhamente em mostrar a “noiva” com a melhor maquiagem possível para impressionar a sociedade ou possíveis investidores e assim realizar aquilo que ele considera seu retorno adequado e rápido sem comprometimento.

Qual desses tipos o ambiente empreendedor merece?

Qual presta mesmo um serviço tanto para o quadro societário, para o capital humano envolvido e para a sociedade?

São reflexões que propomos.

Evidentemente que em ambos os casos temporariamente ou em curto prazo são pagos impostos, geram empregos e renda.  Mas nosso ambiente empreendedor e a sociedade merecem o que?  Uma visão de curto ou de longo prazo?

Será que o oportunista vai continuar a tirar proveito de situações que por vezes se apresenta até frágil por aspectos pessoais e emocionais de um quadro societário que não conseguiu implantar uma gestão econômico-financeira saudável?

Porto Alegre, 10 de setembro de 2013.
Econ. José Luiz Amaral Machado – Diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria – Porto Alegre (RS).

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